Indicadores de cidade

14/06/2021

Indicadores de cidade e o futuro do Recife

Nós temos, em maior ou menor grau, consciência de que as demandas de uma cidade, bem como as necessidades relativas a seus cidadãos, são quase sempre maiores que os recursos que se dispõe para atendê-las. Isso faz com que tenhamos que definir prioridades.

Para que tenhamos êxito nas escolhas é preciso que se tenha claro aonde queremos chegar, que sejam bem definidos os passos e a rota necessários para o alcance de um objetivo, que sejam obtidos os recursos e que se estabeleçam prazos para sua realização, além de uma especial atenção na forma como mediremos se o resultado está de acordo com o previsto. É também importante que estejamos prontos para redefinir os rumos sempre que qualquer um desses elementos se comporte de forma diferente do que foi idealizado. Isso é planejar, e planejar é preciso!

Uma das ferramentas de trabalho que o gestor público dispõe na condução de suas atividades de planejamento se dá através do monitoramento de indicadores. Indicadores como taxa de desemprego, taxa de mortalidade e nascimento, produto interno bruto (PIB), índices de preços e inflação são amplamente utilizados por governos na avaliação do desempenho de nações, estados e cidades desde o início do século 20. Em setembro de 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs um conjunto 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento da Sustentabilidade) divididos em 169 metas e 232 indicadores. Esta agenda proposta pela ONU reafirma os compromissos da sustentabilidade urbana em todos os níveis, com destaque para a participação de atores relevantes contribuindo para o alcance dos ODS.

Os indicadores traduzem aspectos da composição de uma cidade, tais quais as dimensões social, econômica e ambiental, definidas a partir de escolhas políticas realizadas anteriormente. Eles se prestam a subsidiar as atividades de planejamento público e formulação de políticas nas diferentes esferas de governo, possibilitam, por exemplo, a conjuntura econômica e qualidade de vida da população.

Em seu aniversário de 484 anos, a 16 dos seus 500 anos de fundação (a primeira Capital brasileira a chegar a esse marco) Recife irá dispor de um sistema de monitoramento de indicadores que se conecta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as Grandes Transformações propostas pelo Plano Recife 500 anos, inciativa da ARIES – Agência Recife para Inovação e Estratégia – em parceria com a gestão pública municipal. Será um importante instrumento para guiar a ação pública e subsidiar o acompanhamento e a avaliação, por parte dos recifenses, do progresso alcançado rumo ao futuro sonhado.


Por isto, neste 12 de março o desejo (ou o presente) ao Recife e aos que aqui vivem, é um futuro onde os indicadores só apontem para uma direção, como uma bússola que sempre aponta para o polo norte geográfico da Terra, e que essa direção seja a do desenvolvimento econômico, da sustentabilidade, da inclusão social e da participação popular.

Marcos Baptista

Presidente da ARIES

*Os artigos publicados não refletem, necessariamente, a opinião da organização.