ARIES aborda habitação, mercado de carbono e adaptação às mudanças climáticas em projetos entregues ao Município

Com foco na Visão de Futuro do Plano Recife 500 Anos, a ARIES entrega projetos-piloto do CITinova Recife

No Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, a Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) entrega à Prefeitura da Cidade do Recife projetos-piloto que auxiliam na tomada de decisão e incentivam a transformação do Município para uma cidade sustentável. A capital pernambucana amplia sua participação na agenda climática mundial a partir do Projeto CITinova sob o financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente e execução local da ARIES em conjunto com o Porto Digital.

As mudanças climáticas são atualmente um dos maiores desafios mundiais, conjuntura que reforça a urgência de organização e planejamento estratégico nas cidades. Através do CITinova, a ARIES integrou debates pertinentes a nível nacional e local sobre o tema. O projeto multilateral é implementado no Brasil pelo Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e executado nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

Esta é a primeira de três entregas CITinova Recife que a ARIES realizará após cinco anos de projeto sob o objetivo de tornar o Recife mais sustentável e integrado a partir de soluções tecnológicas inovadoras e planejamento urbano. Para a Coordenadora Técnica nacional do Projeto CITinova, Angelica Griesinger, os projetos entregues buscam uma mudança de paradigma do planejamento urbano a partir do uso de dados e informações obtidas diante dos realizados.

“[Os projetos servem para que] os gestores públicos possam pensar numa cidade mais adaptada e menos hostil aos cidadãos. Esperamos que essas experiências e achados do CITinova inspire outros municípios. O CITinova está à serviço dos municípios para que as cidades possam ser ambientes melhores para os cidadãos”, explica a Coordenadora.

Esperança no futuro: educação

O CITinova Recife – projetos para uma cidade sustentável promoveu, ainda, uma palestra de Ernesto Paglia; que com mais de 40 anos no jornalismo é reconhecido nacionalmente pelos programas Fantástico, Globo Repórter e Globo Natureza, além ter recebido da Marinha do Brasil as condecorações “Ordem do Mérito Naval” (2011) e “Mérito Tamandaré”(2015) pela importância do seu trabalho na área ambiental. Paglia, que atualmente se prepara para retornar à Groelândia, abordou cases, índices e cenários a nível global a partir da sua experiência no jornalismo. Neste sentido, a educação ambiental e a conscientização são partes essenciais quando se pensa em futuro.

“A RIO 92 no Brasil escancarou as portas da mídia para o tema ambiental. Na sequência surgiu a expressão “ecochato”. A educação ambiental é uma missão difícil quando ela cabe apenas aos comunicadores e aos meios de comunicação, que brigam por espaços e pela sobrevivência”, argumenta Paglia, que completa: “não é só nessa instância que temos que apostar nossas fichas: precisamos apostar na educação que forma de berço seres humanos melhores que nós, mais preocupados com as questões ambientais, para os quais [a questão ambiental] não seja apenas um assunto, mas, sim, parte da vida desse cidadão, uma coisa que não se questiona, uma coisa que está incorporada. […] Assim a gente cria realmente uma geração para qual isso não é um assunto chato que foi trazido, é assunto da vida”.

O Professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco, Marcus Silva, corrobora com este ponto de vista. Para ele, é necessário conectar ações individuais com impactos globais.

“Como é distante a educação ambiental que a gente dá para as nossas crianças e os efeitos e consequências que causam! Por exemplo, o aquecimento global: como é que a gente conecta essa ação de formiguinha de cada um de nós, na reciclagem do lixo, no uso da mobilidade ativa em detrimento ao uso do carro, por exemplo, com o aumento do aquecimento global? São pequenas ações precisamos trabalhar de forma conectada desde criança para formar uma geração de pessoas mais conscientes da casa em que eles vivem, que é o Planeta Terra”, argumenta Marcus Silva.

ARIES à disposição da sociedade

Para a Agência Recife para Inovação e Estratégia, a ARIES, a entrega dos projetos simboliza o avanço rumo à estratégia de cidade consolidada no Plano Recife 500 Anos, executando seu papel enquanto Organização Social responsável por atuar estrategicamente como elo entre a sociedade, poder público e setor privado, contribuindo, a partir do Recife, para o desenvolvimento de cidades inovadoras, sustentáveis e menos desiguais. Mariana Pontes, diretora da ARIES e responsável pela coordenação do Projeto CITinova no Recife, reforça a importância e a disposição da ARIES para a colaboração e construção coletiva de saberes e produtos que impactem positivamente no futuro da capital pernambucana.

“Este evento não é marcado apenas pela formalização das entregas do Projeto CITinova, mas também pela perspectiva de continuidade do nosso trabalho e dos nossos esforços para contribuição de uma cidade sustentável. Nos colocamos a disposição da Prefeitura da Cidade do Recife e do Governo do Estado de Pernambuco para continuar colaborando com projetos de desenvolvimento sustentável, prototipando soluções escaláveis em que possamos, através de dados, desenvolver políticas públicas e soluções capazes de colaborar para o desenvolvimento das nossas cidades, reduzindo desigualdades e colaborando para adaptação às mudanças climáticas”, comenta Mariana Pontes, que completa incentivando a interação da Organização também com a comunidade acadêmica e outros setores interessados para engajar jovens e formadores de opinião, uma vez que é fundamental pensar no planejamento de longo prazo da Cidade.

Saiba mais

Clique aqui e saiba um pouco mais sobre os projetos-pilotos entregues no evento CITinova Recife – projetos para uma cidade sustentável.

Por Giselle Cahú, comunicação ARIES/CITinova.