Conde da Boa Vista recebe primeiro megamural do Recife sobre primeira infância

Com obra de autoria de Manoel Quitério, a ação realizada pela Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) colore um dos principais corredores viários do Recife.

O Edifício Suape localizado na Avenida Conde da Boa Vista, uma das principais vias do Centro da capital pernambucana, é o endereço do primeiro megamural sobre a primeira infância. A iniciativa faz parte do Projeto Primeiro a Infância, executado pela Agência Recife para Inovação e Estratégia, financiado pela Fundação Bernard van Leer sob objetivo de realizar intervenções urbanas que promovam a mudança de comportamento, interações parentais positivas e hábitos saudáveis na primeira infância.

A ação foi realizada em parceria com a Prefeitura da Cidade do Recife através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana. Para a Secretária Executiva Interina de Inovação Urbana, Flaviana Gomes, “a parceria da Secretaria junto à Fundação Bernard Van Leer fortalece ainda mais o eixo de 1a infância, otimizando ações importantes para a cidade do Recife, como o 1° megamural da Conde da Boa Vista que resgata esse período da maternidade e da infância retratado em arte, cor e alegria para os transeuntes”.

O megamural concebido e executado pelo artista Manoel Quitério foi concluído na tarde desta quarta-feira, 15, após um processo de quatro semanas que resultaram numa obra com 42m de altura e 10 de largura. O gestor do Projeto Primeiro a Infância, Pedro Mazzarolo, revela que o local foi escolhido considerando o grande fluxo de pessoas na área. “A ideia é que além de trazer mais vida para a região a arte lembre da pertinência destes períodos tão importantes que são a maternidade e a infância” destacou o gestor do projeto.

“A arte exalta as forças da maternidade em sua representação maior, a natureza e a ancestralidade. Evoca os saberes das grandes mães, a babosa e demais plantas medicinais das avós que criaram e fortaleceram as comunidades pernambucanas”, comenta o artista recifense Manoel Quitério sobre a obra de sua autoria. Ainda segundo Manoel, a obra pretende reavivar na memória afetiva as raízes das pessoas que circulam na Conde da Boa Vista.

Primeiro a Infância

O megamural da Avenida Conde da Boa Vista é a mais recente iniciativa do Projeto Primeiro a Infância, após a entrega de três praças para a primeira infância (duas na Iputinga e uma no Compaz Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha) feitas através de um processo participativo de intervenção. Além disso, o projeto realizou diversas ações com as mães, cuidadores, famílias e crianças das duas comunidades, bem como desenvolveu e instalou um mapa tátil inovador na Praça da Árvore, localizada no Compaz Eduardo Campos.

O Projeto Primeiro a Infância está alinhado às Grandes Transformações e aos Caminhos Estratégicos propostos pelo Plano Recife 500 Anos. Além disso, o projeto faz parte da Urban95, uma iniciativa internacional da Fundação Bernard van Leer que visa incluir a perspectiva de bebês, crianças pequenas e seus cuidadores no planejamento urbano, nas estratégias de mobilidade e nos programas e serviços destinados a eles.

Conheça a interpretação da obra segundo o artista

“A mãe é forte e defende de forma tranquila seu bebê, que aponta para o infinito, a certeza da renovação. Na barriga, a esperança do que ainda vai chegar. No fundo, as comunidades formadas por esses valores. Essa pintura se propõe a acessar o centro das atuais questões ambientais e identitárias de nossa nação, ao reforçar a importância da maternidade como expressão da vida e da harmonia com o todo.

As cobras se entrelaçam em direção ao céu e representam a força (coral) e a riqueza da diversidade (arco-íris). Estão presentes nas diversas mitologias indígenas a imagem das espirais que descem para trazer a vida e sobem pro céu levando nossas mensagens, uma primitiva alusão ao DNA. O fundo rosa remete a acolhimento e a helicônia fala que cada ser carrega em si o divino, cada parte tem a harmonia expressa no todo. A banana-da-terra é a fruta tradicional do nosso território que, com sua fartura, é a fonte da abundância infinita.” (Manoel Quitério)

Por Giselle Cahú, equipe de comunicação ARIES.