PASR avança na validação das ações e propostas sobre adaptação às Mudanças Climáticas no Recife

29/11/2022

Oficina “Construção de um Caminho para a Resiliência” reúne sociedade civil, academia e poder público

A legitimidade e validação de um plano visando o futuro da população recifense deve ser avaliada primordialmente pelos próprios cidadãos. É nessa busca que a equipe da Agência Recife para Inovação e Estratégia responsável pelo Plano de Adaptação Setorial às Mudanças Climáticas da cidade do Recife (PASR) realizaram a Oficina “Construção de um Caminho para a Resiliência”. A oficina complementa dinâmicas anteriores de escutas e trocas de experiência, como a Campanha Mande seu Recado e a oficina Diálogos pela Resiliência.

“O Recife já tem uma expertise na área de mitigação na construção de políticas ambientais e o que faltava para a cidade é justamente esse plano de adaptação. Esse plano tem uma característica diferencial, que é estar sendo construído a várias mãos e as mãos de vocês [público presente] são fundamentais para termos, no final, um produto que além de ser o maior em linha reta da américa latina, seja realmente factível”, engaja Luiz Roberto, gestor de Articulações Institucionais e Mudanças Climáticas na Prefeitura do Recife, em sua fala de abertura.

Aproximadamente 70 pessoas categorizadas como “sociedade civil”, “academia” e “poder público” marcaram presença no evento, que provocou reflexões sobre ações já existentes na região metropolitana do Recife e as propostas presentes no Plano de Adaptação Setorial, o PASR. Para Gabriel Oliveira, analista ambiental da ARIES e integrante da equipe técnica do PASR, não é possível fazer um plano para a cidade sem envolver o poder público e a população, a oficina reúne diferentes necessidades, saberes e experiências em busca de legitimidade.

Ao longo do dia foi possível participar de algumas dinâmicas fixas, como o “Mural por um Recife mais resiliente”, em que era possível deixar comentários e recados sobre o que é necessário para tornar a cidade mais resiliente; além do mural “De onde eu venho”, que, através de marcações no mapa, auxilia os participantes a se localizarem e abre espaço para compartilhar outras vivências nos territórios. Para Marcone Ribeiro, Secretário Executivo de Juventude do Recife, morador de Joana Bezerra, poder se situar e dizer de onde vem foi uma ótima experiência.

“Essa é uma oportunidade muito importante de podermos estar pautando a discussão sobre mudanças climáticas aqui no Recife. Eu acho que resiliência é uma palavra-chave, sobretudo para quem está nas periferias da cidade do Recife, nos morros, em situações de vulnerabilidade. Juventude e clima são pautas sempre levadas para a perspectiva do futuro. Para mim, é urgente pautarmos essas questões agora, pensar políticas públicas e pensar em como criar soluções que façam diferença na vida das pessoas para que possa haver futuro”, argumenta Marcone.

Ainda em sua fala de abertura, o Co-fundador do Hub YCL de Pernambuco, Jhonathan Godoy, destaca: “Não tem como trabalhar mudanças climáticas e resiliência sem pensar e trabalhar a desigualdade”.

Segundo Daianne Vieira e Raissa Monteiro, integrantes do corpo técnico do PASR pela ARIES, os resultados obtidos por meio das considerações realizadas pelos grupos sobre as ações prioritárias dos quatro setores do PASR serão incorporadas no próximo produto do projeto.

“Fizemos um esforço para engajar e mobilizar lideranças e moradores de diferentes partes da cidade, além do poder público e da academia. Tal prática permitiu o diálogo sobre a urgência, a partir das mudanças climáticas, em torno de projetos e serviços para a cidade. Mas não só isso, pois muitas falas traziam o olhar e a vivência das comunidades e, consequentemente, de suas demandas”, comenta Raissa Monteiro ao avaliar a oficina.


Alinhado ao Plano Recife 500 Anos, o Plano de Adaptação Setorial é desenvolvido pela ARIES, em parceria com o Porto Digital, Prefeitura do Recife, ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e a WayCarbon. O PASR é mais um projeto-piloto do dentro do Projeto CITinova, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).